21 de janeiro de 2009

Unicef divulga relatório sobre mortalidade infantil e materna



Fonte - Adital

Cerca de 1.500 mulheres morrem a cada dia no mundo devido a complicações relacionadas à gravidez e ao parto. Desde 1990, estima-se que o número de mortes maternas produzidas a cada ano supere a marca dos 500 mil, representando quase 10 milhões de mortes maternas durante os últimos 19 anos. Os dados estão presentes no relatório "Estado mundial da infância 2009", elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo o relatório, a desigualdade entre os países industrializados e as regiões em desenvolvimento é talvez maior no que se refere à mortalidade materna que em qualquer outro aspecto. Dados de 2005 revelam que o risco de morte como resultado de complicações relacionadas à gravidez e ao parto de mulheres de países menos desenvolvidos é 300 vezes maior que no caso de mulheres que vivem em países industrializados.


O Unicef alerta ainda que milhões de mulheres que sobrevivem ao parto sofrem lesões, infecções, doenças e deficiências relacionadas á gravidez, acarretando conseqüências para toda a vida. A mortalidade infantil também preocupa o organismo. Quase 40% das mortes de menores de cinco anos se produzem durante os primeiro 28 dias de vida, o que corresponde ao período neonatal. Três quartas partes das mortes neonatais ocorrem durante os primeiros setes dias. O maior risco se dá durante o primeiro dia depois do nascimento, quando ocorrem entre 25% e 45% dessas mortes.

Outro ponto abordado pelo relatório se refere à considerável desigualdade sanitária em matéria de mortalidade neonatal. De acordo com o Unicef, um bebê nascido em um país menos desenvolvido tem 14 vezes mais probabilidades de morrer durante os primeiros 28 dias de vida que aquele que nasce no país industrializado. O número de mortes de mães e recém-nascidos é muito maio nos continentes africano e asiático, totalizando 95% das mortes maternas e cerca de 90% das mortes de recém-nascidos.

Dentre as principais causas de morte materna e neonatal, o relatório cita as práticas de aborto e as complicações obstétricas, como hemorragias pós-parto, infecções, eclampsia, as obstruções durante o parto ou parto prolongado. Segundo o documento, a anemia, o HIV e outros transtornos aumentam o risco de mortalidade derivada da maternidade por causa de uma hemorragia.

Já para os recém-nascidos, o Unicef aponta que os maiores riscos se devem a três causas principais: infecções graves, asfixia e os nascimentos prematuros. Essas causas representam em conjunto 86% das mortes neonatais. O Unicef afirma que a maior parte desses transtornos pode ser evitada ou tratada com medidas essenciais como a prestação de serviços de saúde da reprodução de qualidade, a presença durante o parto de trabalhadores de saúde capacitados, acesso à atenção obstétrica.

O relatório acrescenta que se deve criar um entorno propício para a saúde materna e neonatal. Isso quer dizer que é necessário fazer frente às barreiras sociais, econômicas e culturais que perpetuam a desigualdade e a discriminação por motivos de gênero. Entre as recomendações, o Unicef sugere: educar mulheres e crianças e diminuir a pobreza que as afeta; protege-las do maltrato, da exploração, da discriminação e da violência; promover sua participação e sua presença na tomada de decisões relativas ao lar, assim como na vida política e econômica.

Pulsar Brasil e Fórum de Rádios no FSM

Fonte - Adital
O Fórum Social Mundial 2009, que vai de 27 de janeiro e 1 de fevereiro, na cidade de Belém (Pará), terá uma cobertura especial da Agência Pulsar em dois idiomas, português e espanhol. O Fórum Mundial de Mídia Livre que começa no dia 26, também fará parte desta cobertura.
Para ter acesso a esta cobertura, as rádios devem acessar o seguinte endereço: http://www.agenciapulsar.org/coberturas_det2.php?id=51

Além disso, a Pulsar vai participar de um projeto internacional de cobertura radiofônica chamado Fórum de Rádios. No Fórum de Rádios, a proposta é produzir programas ao vivo diariamente, e outros radioapaixonad@s também vão publicar livremente seu material.

FSM 2009 contará com Encontro Sem Fronteiras

Fonte - Adital

A região da Pan-Amazônia é composta Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa e é conhecida não apenas pela biodiversidade, mas também pela lutas de resistência dos povos que lá vivem por um outro modelo de desenvolvimento. Neste ano, será realizada a quinta edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), que ocorrerá no segundo dia do Fórum Social Mundial, data em que será celebrado o "Dia da Pan-Amazônia", cujo tema será: "500 anos de resistência, conquistas e perspectivas afro-indígena e popular". O FSM 2009 acontece de 27 de janeiro a 1º d fevereiro, em Belém, Pará.
Nesta edição do Fórum Social Mundial, os Encontros Sem Fronteiras voltam a ser articulados com o objetivo de garantir o protagonismo e a participação massiva de representações dos povos, movimentos sociais, organizações e entidades da sociedade civil da região pan-amazônica. De acordo com Iremar Ferreira, um dos articuladores do Encontro Sem Fronteiras do Rio Madeira e membro da coordenação do Instituto Madeira Vivo, a intenção desse Encontro é "discutir os problemas locais e lançar estratégias de como enfrentar esses problemas".


Os Encontros Sem Fronteiras surgiram a partir da primeira edição do Fórum Social Pan-Amazônico (FSPA), que aconteceu em 2002, com o objetivo de garantir uma maior participação política e promover intercâmbios e alianças entre os movimentos sociais, redes e sociedade civil. Os Encontros são realizados nas regiões fronteiriças do Brasil e de outros países que integram a Pan-Amazônia.

Como resultados dos Encontros, Iremar espera: "maior articulação dos povos, discutir os problemas comuns, traçar estratégias de como enfrentar esses problemas e fazer uma preparação para intervenção no Fórum Social". O articulador explica que os Encontros são preparatórios para as discussões e as atividades que serão realizadas no FSM: "Nós vamos levar um documento com os resultados para ser distribuído no Fórum", comenta.

Até agora, cinco encontros já estão articulados: Encontro Sem Fronteiras do Alto Solimões que abrange Brasil, Colômbia e Peru; Encontro Sem Fronteiras da Selva Central, com a participação de entidades e pessoas do Brasil, Bolívia e Peru; Encontro Sem Fronteiras Brasil, Venezuela e Guiana; Encontro Sem Fronteira do Rio Madeira, que abrange Brasil, Bolívia e Peru; e Encontro Sem Fronteira do Oiapoque, com Brasil, Suriname e Guiana Francesa. Através desses encontros as caravanas fluviais e terrestres se organizam e se fortalecem garantindo a participação efetiva de representantes de toda a Pan-Amazônia no FSM.

As matérias do projeto "Ações pela Vida" são produzidas com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade da CF 2008.

14 de janeiro de 2009

TRT premia vencedores do concurso de reportagem e lança segunda edição do prêmio

Fonte: Assessoria do TRT

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) lançou nesta terça-feira (13) o II Concurso de Reportagem da Justiça do Trabalho no Maranhão, que vai premiar, com um total de R$ 12 mil, profissionais nas categorias de rádio, televisão, jornal impresso e fotojornalismo. Na cerimônia de lançamento, pela manhã, no Hotel Praia Ponta d´Areia, em São Luís, o presidente do TRT, desembargador Gerson de Oliveira, entregou o prêmio aos vencedores da edição 2008 do concurso.

Segundo ele, o trabalho desenvolvido pela Justiça do Trabalho com os profissionais da mídia tem hoje reconhecimento nacional. “A dimensão desse projeto é tão grande que com ele o Tribunal ganhou o Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, na categoria Relacionamento com a Mídia”, no final do ano passado, em Santa Catarina”, afirmou o magistrado.

O primeiro lugar na edição 2008 do concurso de reportagem, na categoria jornalismo impresso, ficou com João Rodrigues (repórter) e Silvia Moscoso (editora), do jornal O Estado do Maranhão, sucursal de Imperatriz. No radiojornalismo a vencedora foi Januária Oliveira Ramos, da Rádio Univima Web; no fotojornalismo, o repórter fotográfico Ariosvaldo Baeta, do jornal O Imparcial; e no telejornalismo, Luís Carlos Vasconcelos (repórter), José Pereira de Macedo (cinegrafista) e João de Deus Ferreira (editora), na TV Mirante de Imperatriz. Os repórteres Cida Oliveira e Geizel Nascimento, da TV Difusora Sul de Imperatriz, receberam menção honrosa. Cada vencedor, com exceção da menção honrosa, recebeu um prêmio de R$ 1500,00.

FOTO 1- : Júnior Coelho - Diretor Geral - TV Difusora Sul
Frederico Luis - diretor de Jornalismo - TV Difusora Sul
Renato Moreira Filho - Diretor Comercial - TV Difusora Sul
Foto 2: Edivânia Kátia - Assessoria de Imprensa do TRT
Foto 3: Cyra Oliveira - TV Difusora Sul
Foto 4: Geisel nascimento - TV Difusora Sul
Foto 5: Luis Carlos Lima- TV Mirante
Foto 6: João Rodrigues - Jornal O Estado do Maranhão


Parabéns a eles e aos profissionais que também participaram da produção das matérias premiadas, como os motoristas, cinegrafistas, produtores e editores.

12 de janeiro de 2009

Os riscos da inserção

Fonte- Adital

Marcelo Barros *
Vivemos em uma sociedade na qual, diante de certos problemas sociais, as pessoas costumam reagir dizendo:"não vi, não ouvi, não sei de nada". Provavelmente, isso parece mais seguro e cômodo. Os meios de comunicação nos enchem de notícias de guerra e de tragédias humanas e nós assistimos a tudo impotentes e distantes.
As comunidades tradicionais e os mais diversos caminhos espirituais da humanidade ensinam as pessoas a se comprometerem com a vida e com os acontecimentos. Todos os ritos de iniciação contêm certos riscos para significar um compromisso novo com a sociedade e o mundo. Nas aldeias indígenas, adolescentes correm riscos em caçadas perigosas para voltar à aldeia e serem considerados cidadãos na comunidade. No Judaísmo, o rito da circuncisão celebra o sangue derramado como sinal de um sofrimento que vale a pena viver pela inserção na comunidade. No Cristianismo, o batismo deveria ter esta função. Batismo é um termo grego que significa mergulho. No mundo antigo, para serem aceitos ao batismo, os cristãos deveriam provar que enfrentavam os riscos de serem mal vistos pelo Império, além do assumir um estilo de vida alternativa. O batismo, feito nas águas, continha certa noção de afogamento, do qual a pessoa saía para uma vida nova.


Na tradição popular, muitas vezes, as pessoas ainda batizam filhos para eles não ficarem pagãos. Em alguns casos, pensam até que, batizados, terão mais saúde. Na realidade, com a massificação da Igreja e o costume de batizar crianças recém-nascidas, ficou mais difícil perceber a natureza profética do batismo. Neste domingo, ao recordar a festa do batismo de Jesus, - uma festa importantíssima para as Igrejas do Oriente - católicos, luteranos e anglicanos são convidados a retomar o sentido mais profundo da fé e do batismo como inserção profética no mundo.

O batismo de Jesus foi um ato de inserção. Ele se assumiu como dos muitos devotos que recebia a benção e o perdão do profeta João Batista. No caso de Jesus, a novidade foi que, segundo os evangelhos, neste momento do batismo, o Espírito de Deus desceu sobre Jesus e lhe deu uma vocação profética. Ele assumiu a figura do profeta servidor de Deus e se tornou sinal e instrumento do amor divino no mundo.

O batismo dos cristãos não tem relação com o batismo de João. É mais um gesto para aplicar à nossa vida as conseqüências da morte e da ressurreição de Jesus. Isso significa que quem é batizado deveria viver um estilo de vida nova e propor ao mundo um novo modo de organizar a vida e a sociedade. Por isso, o batismo deve sempre conter um rumo de inserção em uma comunidade e um projeto de vida nova.

Este janeiro de 2009 será marcado no Brasil pelo evento do 9º Fórum Social Mundial e por vários fóruns que acontecerão em Belém nesta ocasião. Um destes fóruns é o 3º fórum mundial de Teologia e Libertação. Para quem se perguntava se a Teologia da Libertação ainda existia ou se tinha morrido, este fórum revela que não só continua forte, como atualmente não é mais somente latino-americana e sim mundial. Teremos teólogos/as da Ásia, da África, da Europa e da América do Norte, ao mesmo tempo, contaremos sim com os nossos pioneiros que vieram da América Latina.

Há 40 anos, em meio aos movimentos sociais que buscavam a transformação do continente, muitos cristãos e cristãs, em nome do seu batismo, começaram a se inserir nesta caminhada pela justiça. No decorrer da história, muitos deles foram mortos por isso. Desta experiência, se fortaleceu a Teologia da Libertação, uma reflexão de fé a partir da realidade da história para ajudar as pessoas a ligarem a fé com a justiça.

Ao me consagrar a uma Teologia Pluralista da Libertação, tenho muita em lidar com uma linguagem cristã que fala do Cristo de forma arrogante, como fundamento primeiro da Teologia, desligando-o das pessoas comuns e de tantos sinais do amor divino, como Buda, Maomé, Xangô, Zumbi dos Palmares e tantos outros instrumentos da atuação de Deus no mundo. Ao aceitar ser batizado, justamente, Jesus se insere nesta realidade e se torna um irmão no meio dos outros a recordar ao mundo o projeto divino.

Como batismo quer dizer mergulho, não podemos deixar de recordar que as águas se tornam instrumentos desta inserção profética na vida divina e na realidade humana. No mundo antigo, os pais da Igreja diziam que quando Jesus desceu às águas do Jordão, as águas foram lavadas e ele foi o restaurador de todo o universo. Hoje, trabalhamos pelo respeito e dignidade da água e vemos no sinal do batismo um gesto que é de profecia divina e é de cuidado ecológico. Aliás, o tema do 3º Fórum Mundial de Teologia e Libertação é justamente "Teologia e Ecologia".

Para muitos que insistem em uma espiritualidade que consiste apenas em rezar e confessar o nome de Jesus, de uma forma meio desligada da vida, Jesus recorda no Evangelho: "Não é quem me diz ´Senhor, Senhor´ que entra no reino, mas quem faz a vontade do meu Pai que está no céu" (Mt 7, 21). E com relação aos pobres: "é o que fizeste a um destes pequeninos, a mim o fizeste" (Mt 25, 40).


* Monge beneditino e escritor

Ruralistas querem excluir Maranhão da Amazônia Legal

Fonte- Repórter Brasil

Fazendeiros e prefeitos divulgaram carta em que defendem a mudança para que uma proporção maior das áreas da Região Tocantina possa ser desmatada legalmente para uso econômico. Movimentos protestam contra o pleito

Por Jane Cavalcante

Pecuaristas, empresários e prefeitos do Sul do Maranhão se uniram para defender a exclusão do estado da Amazônia Legal. Parte dos municípios maranhenses (Imperatriz, Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu e Itinga do Maranhão, entre outros) faz parte da Amazônia Legal, área em que vigora a regra de preservação de 80% da Reserva Legal, ou seja, apenas 20% das propriedades podem ser desmatadas para uso econômico.

Com o intuito de modificar essas restrições, o Sindicato dos Produtores Rurais de Açailândia (MA) e de Imperatriz (MA), bem como as dez prefeituras que fazem parte da Associação dos Municípios da Região Tocantina (AMRT) e a Associação Comercial e Industrial de Imperatriz, divulgaram a "Carta Aberta da Região Tocantina", em que defendem a redução dos limites de preservação da Reserva Legal e Área de Proteção Permanente (APP) (matas ciliares, cobertura vegetal de nascentes etc.) para 35%, seguindo a proporção atualmente adotada para as fazendas localizadas no Cerrado.

Para esses segmentos, a exclusão do Maranhão da Amazônia Legal proporcionaria mais benefícios para a região, já que os empreeendimentos agropecuários seria estimulados, favorecendo a geração de emprego e renda, "variáveis que interferem diretamente nas questões sociais e na melhoria da qualidade de vida da população". Eles enxergam "falta de sensibilidade com as questões ambientais e o desenvolvimento sustentável que são próprios do nosso estado e, em especial, da nossa região" em algumas das recentes medidas do governo federal para o combate ao desmatamento na Amazônia.

Segundo eles, essas ações "põem em risco o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade da nossa economia, antes estimulada para o desenvolvimento do setor agropecuário, responsável pelos avanços até a presente data". Localiza-se, próximo às fronteiras que unem Maranhão, Pará e Tocantins, no chamado Bico do Papagaio (entre os rios Araguaia e Tocantins), uma das maiores concentrações de casos de trabalho escravo no país.

Presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Açailândia, José Egídio Quintal sustenta que "o aumento [da área passível de desmate] é uma necessidade do desenvolvimento sustentável, pois a região em questão é uma área de transição e não Amazônia propriamente dita". Propriedade do próprio José Egídio foi alvo de flagrante de trabalho escravo em recente operação do grupo móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Na própria Carta Aberta a nas declarações do pecuarista José Egídio, porém, a confusão com os números referentes à Reserva Legal fica patente. Apesar de defender que o estado como um todo seja exlcuído da Amazônia Legal e que a regra do Cerrado (preservação de 35% das áreas) passe a ser adotada, um outro item do documento estabelece que, nas propriedades ainda não exploradas, seja adotada o limite de 50% nas áreas de florestas, “de forma a evitar tratamento diferenciado e com o princípio constitucional da isonomia”.

O próprio José Egídio declara que "não é contra a preservação ambiental, mas que as fronteiras do agronegócio de fato já foram abertas" e propõe o limite de 50% para a Reserva Legal. Além da permissão para desmatar uma porcentagem maior da terra, os produtores rurais querem também que o reflorestamento com espécies exóticas seja aceito como parte da área preservada, além da compensação com outras áreas dentro do próprio estado e da contrapartida financeira em troca da "renúncia à derrubada das matas".

Na época da construção da Rodovia Transamazônica, lembrou o ruralista José Egídio, o governo incentivava e até exigia a abertura das fronteiras. Para ele, hoje é muito difícil manter a floresta intacta: conservar 80% de Reserva Legal, como determina o Código Florestal, é "impossível".

De quebra, os fazendeiros pedem ainda que o governo estadual do Maranhão e o Fórum dos Governadores da Amazônia Legal (cujas propostas, como a regularização fundiária em caráter de urgência, contam com o apoio dos signatários da Carta Aberta), "adotem medidas que possam produzir efeitos legais no sentido de suspender ações impetradas pelos órgãos ambientais, bem como a suspensão temporária dos processos administrativos e judiciais já iniciados, inclusive quanto à aplicação de multas que venham a punir produtores rurais, até que o Zoneamento Ecológico-Econômico e o Macrozoneamento da Amazônia sejam concluídos".

Eles requisitam ainda que o governo estadual faça uma "gestão junto ao governo federal" para suspender os efeitos da Resolução 3.545, do Conselho Monetário Nacional (CMN), que proíbe a liberação de recursos do crédito rural oficial à proprietários rurais que não estejam em dia com a documentação de titularidade fundiária e de regularidade ambiental.

Depois da divulgação da "Carta Aberta da Região Tocantina" em agosto do ano passado, uma comissão representando os fazendeiros foi a Brasília em novembro último para apresentar seus pleitos.

O padre Dário Bossi, da Paróquia São João Batista, em Açailândia (MA), ressalta que os pedidos dos fazendeiros estão sendo colocados em prática há muito tempo. Para ele, a necessidade de novos empréstimos bancários justifica a mais recente mobilização dos pecuaristas, prefeitos e empresários locais. O religioso ressaltou ainda que o governo estadual é um dos principais destinatários da Carta Aberta, pois os ruralistas apostam na possibilidade de que uma lei estadual possa referendar e legitimar a exclusão de parte dos municípios maranhenses da Amazônia Legal.

Em resposta ao manifesto dos fazendeiros que foi divulgado e publicado nos jornais locais, os movimentos sociais e organizações da região organizaram uma mobilização defendendo a manutenção do Maranhão na Amazônia Legal.

Milton Teixeira, do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH), em Açailândia (MA), conta que, de reuniões organizadas a partir de setembro de 2008, emergiu o documento de reação e protesto intitulado "O Maranhão é Amazônia e seu povo quer manter sua identidade!".

Na visão dos movimentos que aderiram à mobilização, as reivindicações dos ruralistas significam apenas "aumentar o número de bois e diminuir o número de pequenos produtores rurais, expulsando-os para as periferias das cidades", que resultam no trabalho infantil e na exploração sexual, na violência urbana e em "outros frutos da semente do trabalho escravo".

"Por que os interesses econômicos dos que pensam e querem somente um desenvolvimento meramente extrativista e depredador devem prevalecer sobre a Vida, devastando e condenando a morte milhares de pessoas, animais e espécies vegetais?", indagam os movimentos na resposta aos fazendeiros. "Aos poucos, mesmo sem a atenção da grande mídia, foram sendo extintas comunidades inteiras de ribeirinhos, quebradeiras-de-coco, castanheiros, seringueiros, índios, quilombos, dando lugar a grande rebanhos de gado, imensos plantios de soja e de eucalipto".

Juntamente com a manutenção de parte do Maranhão na Amazônia Legal (que requer o compromisso do Estado Brasileiro na defesa da preservação de 80% da Reserva Legal das propriedades da região), os movimentos condenam o processo de grilagem de terras e apontam o risco da autorização de espécies exóticas em substituição à mata nativa. A aprovação desse último item, segundo eles, "levaria ao triunfo da monocultura do ´deserto verde´ de eucalipto, cujas conseqüências em termo de empobrecimento do solo e das águas profundas são cientificamente demonstradas e gravíssimas".

Os representantes da sociedade civil contrários à manifestação dos fazendeiros solicitaram ainda que a Gerência Regional do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Imperatriz (MA) seja "reforçada economicamente e acreditada politicamente". "Todas as ações impetradas pelos órgãos ambientais, as multas aplicadas, bem como todos os processos administrativos e judiciais já iniciados são legítimos", colocam os movimentos sociais que assinam o documento "O Maranhão é Amazônia e seu povo quer manter sua identidade!".

A suspensão desses instrumentos de punição até a conclusão do Zoneamento Ecológico-Econômico é rechaçada pelo grupo. "O ZEE está sendo implementado exatamente para estruturar e garantir a continuidade de aplicação de todas essas medidas", adicionam. Espera-se que, quando o ZEE for concluído, a destinação e utilização das terras se torne mais clara e a liberação de recursos de créditos rurais oficiais seja menos ambígua. "Até lá, a sociedade civil organizada aqui representada exige que se mantenha a aplicação da lei e concorda com o bloqueio de financiamentos a proprietários rurais pelo Banco Central do Brasil", emendam.

"Nossa carta está circulando o Brasil todo e continua recebendo adesões. Nossa resposta está bem clara nela. Televisões, rádios e jornais locais receberam representantes do movimento em defesa da Amazônia Legal e deram espaço às nossas idéias", relata o padre Dário, de Açailândia (MA).

2 de janeiro de 2009

No começo de 2009 conheça a origem do nome de cada mês


Por que janeiro é janeiro, fevereiro é fevereiro?

Pois é, eles são do primeiro calendário romano criado por Rômulo, em 753 a.C.

Naquela época, o calendário só tinha dez meses e começava em março!

Foi o segundo rei de Roma, Numa Pumpílio (700 a.C.? – 673 a.C.), quem acrescentou mais 2 meses no início do ano e resolveu dar nome a eles.

Os meses mais antigos permaneceram com seus nomes originais e, mais tarde, alguns foram trocados para homenagear o imperador César Augusto:

Janeiro - O nome é uma homenagem ao deus romano Jano, guardião do universo e o deus dos inícios.

Fevereiro - Referência ao festival romano Februália (onde ocorria rituais de purificação).

Março - Mais uma homenagem a um deus, dessa vez é Marte, deus da guerra.

Abril - Existem duas versões para a origem do nome desse mês: a primeira é uma homenagem à Afrodite, deusa do amor e da beleza; a segunda é a de que o nome tenha vindo do latim aperire, uma referência ao desabrochar das flores, já que em abril é primavera no hemisfério norte..

Maio - Homenagem à deusa romana Maia, mãe do deus Mercúrio.

Junho - Mais uma deusa sendo homenageada: deusa Juno, protetora das mulheres e da maternidade.

Julho - O nome desse mês é uma homenagem ao imperador Júlio César. Antes da entrada dos meses de janeiro e fevereiro era chamado de quintillis, por ser o quinto mês.

Agosto - Agora é a vez dos imperadores: homenagem ao imperador César Augusto! Era chamado de sextillis, o sexto mês.

Já setembro, outubro, novembro e dezembro vêm do antigo calendário de Numa Pumpílio:

Setembro - Vem do latim septem (sete), o sétimo mês.

Outubro - Do latim octo (oito), o oitavo mês.

Novembro - Vem do latim novem, o nono mês

Dezembro - Do latim decem, o décimo mês