29 de setembro de 2010

Papa define verdade como tema do Dia das Comunicações 2011


Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede
(tradução de Leonardo Meira - equipe CN Notícias)

O Santo Padre escolheu como tema para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2011 - Verdade, anúncio e autenticidade de vida na era digital. O tema caracteriza-se por colocar ao centro de todos os processos da comunicação a pessoa humana.

Também em um tempo tão amplamente dominado - e, frequentemente, condicionado - pelas novas tecnologias, torna-se fundamental o valor do testemunho pessoal: enfrentar a verdade e assumir o compromisso de partilhá-la, para quem trabalha no mundo da informação e particularmente para os jornalistas católicos, a "garantia" de uma autenticidade de vida que não é menos necessária na era digital.

A tecnologia, sozinha, não pode estabelecer ou promover a credibilidade de um comunicador: também não pode mudar os valores de referência com respeito a uma comunicação que continua a cruzar os limiares sempre novos das metas tecnológicas.

A verdade deve permanecer o ponto imutável também para os new-media e, assim, a era digital, alargando os confins da informação e do conhecimento, pode tornar-se idealmente mais próxima daquilo que representa o mais importante dos objetivos para todos os que trabalham no mundo dos mídia.

O tema lançado hoje precede a Mensagem para o 45º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será publicada, como em todos os anos, no próximo dia 24 de janeiro, memória de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

23 de setembro de 2010

Fórum Indígena discutirá mineração, mudança climática e Bom Viver



Karol Assunção *

Fonte: Adital
Entre os dias 18 e 20 de novembro, indígenas de diversos países da América Latina se encontrarão em Lima, no Peru, para o Fórum dos Povos Indígenas: mineração, mudança climática e Bom Viver. Durante os três dias, os participantes analisarão os impactos provocados pela mineração e debaterão propostas para consolidar o Bom Viver como modelo alternativo de vida em harmonia com a natureza.
Organizado pela Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI), o Fórum já conta com a adesão de 26 organizações e movimentos indígenas da América Latina. Os interessados em aderir a Convocatória têm até o próximo dia 30 para enviar o pedido para o email coordinadoraandinacaoi@gmail.com. Já as atividades autogestionadas, as delegações e os participantes podem fazer a inscrição até o dia 30 de outubro, através do mesmo email.


A ideia do Fórum é discutir a relação da exploração mineira com a mudança climática mundial e propor saídas para essa situação. Assim, os participantes terão a oportunidade de debater sobre a expansão da atividade mineira e seus impactos ambientais, sociais, culturais e econômicos em comunidades indígenas; e analisar a responsabilidade da mineração na crise climática.

O encontro também será um espaço para proposições. De acordo com as organizações que assinam a convocatória do Fórum, a intenção é aproveitar para consolidar a proposta do Bom Viver como alternativa ao atual modelo de desenvolvimento vigente e organizar uma "Frente Mundial pelo Bom Viver e a Defesa da Mãe Natureza frente à crescente ameaça do extrativismo mineiro e da crise climática".

Segundo a convocatória, 50 milhões de indígenas de mais de 671 povos da América Latina sofrem com as atividades extrativas em seus territórios. Das populações afetadas na região, 90% estão em: Guatemala, México, Peru, Bolívia e Equador. "E é precisamente nestes países onde se observa uma expansão da mineração, vulnerando direitos coletivos, gerando impactos negativos no modo de vida das comunidades e povos, e constituindo uma das causas da crise climática ao contaminar e depredar a Mãe Terra", destaca.

Além de explorar os recursos naturais dos territórios, a atividade mineira contamina solos e rios, e viola direitos de trabalhadores e populações indígenas através da criminalização de protestos, do deslocamento forçado e da militarização de territórios.

"A expansão mineira se inscreve na globalização neoliberal, sustentada no livre mercado, nas máximas vantagens aos investimentos estrangeiros e na priorização das atividades extrativas, com mínimos controles ambientais e trabalhistas. Por isso esta expansão está amparada por políticas de Estado que priorizam o crescimento econômico sobre a base da extração dos recursos naturais e das exportações. Na execução destas políticas, os estados descumprem a obrigação de consultar os povos indígenas antes de aprovar o início das atividades mineiras em seus territórios", lembra.

Mais informações sobre o Fórum dos Povos Indígenas: mineração, mudança climática e Bom Viver em: http://www.minkandina.org/


* Jornalista da Adital

Mortalidade materna caiu menos do que o esperado





Por: Natasha Pitts *

Fonte: Adital
A cada meio minuto morre uma mulher no mundo. A afirmação feita por Widney Brown, diretora geral de Direito Internacional e Política da Anistia Internacional comprova que um longo caminho ainda precisa ser trilhado até que as mulheres tenham seus direitos plenamente garantidos. Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) abordou a problemática analisando especificamente a mortalidade materna.
De 1990 a 2008, caiu 34% o número de mortes de mulheres por complicações na gravidez ou no parto. Passou-se de uma cifra aproximada de 546 mil mulheres para 358 mil vítimas. Apesar de significativa, a diminuição não representa grandes evoluções se pensarmos que o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) nº 5 pede a redução da mortalidade materna em 75% até o ano de 2015. Para que a meta fosse cumprida, seria necessária uma redução anual de 5,5%, sendo que desde 1990 a redução anual só chegou a 2,3%.


Em apenas dez países dos 87 que precisam de ações urgentes para reduzir a mortalidade materna se registrou uma queda de 5,5% ao ano entre 1990 e 2008. A África subsaariana não chegou a atingir este percentual, mas apresentou reduções de 26% enquanto a Ásia se saiu melhor e reduziu 52% a quantidade de vítimas. Em contrapartida, os progressos registrados durantes estes 18 anos foram nulos ou insuficientes em outros 30 países.

O relatório ‘Tendências da Mortalidade Materna’, da OMS, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Banco Mundial revela que as gestantes continuam morrendo por causas conhecidas e evitáveis como hemorragias puerperais graves, infecções, hipertensão e aborto perigoso.

Em 2008, cerca de mil mulheres morreram todos os dias devido a alguma dessas complicações. Do total, 570 viviam na África subsaariana, 300 na Ásia Meridional e cinco em países de alta renda. De acordo com o relatório, nos países em desenvolvimento, durante toda a vida, as mulheres correm 36 vezes mais riscos de morrer por causas relacionadas à gravidez do que nos países mais desenvolvidos.

"Nenhuma mulher deveria morrer no parto, pois estas mortes são evitáveis. Os governos deveriam adotar muitas outras medidas para garantir que as mulheres mais marginalizadas e pobres tenham um acesso igual e oportuno a uma atenção que possa salvar vidas", declarau Widney Brown, da Anistia Internacional.

Boa parte destas mulheres, vitimadas durante a gravidez ou o parto, está nas zonas rurais, em comunidades mais pobres e nas zonas de conflitos. Também as que pertencem às minorias éticas e grupos indígenas e as portadoras do vírus HIV, muitas vezes ficam relegadas à própria sorte em um momento que exige cuidados específicos e redobrados.

Para alcançar uma redução drástica e significativa da mortalidade materna em todo o mundo, o caminho mais eficaz seria a atenção às mulheres que já se encontram em um grupo de risco. Entre as medidas eficazes que precisam ser reforçadas esta a formações de mais pessoas especializadas para realizar o parto e o incremento nos serviços de atenção às gestantes em hospitais e centros de saúde. Para isto, é essencial um acréscimo nas verbas aplicadas nos serviços de saúde reprodutiva.

Outras medidas importantes seriam: melhor acesso a um planejamento familiar de qualidade e outros serviços de saúde reprodutiva; assistência ao parto por pessoas qualificadas; atenção obstétrica de urgência; e assistência pós-natal para as mães e para os recém-nascidos.

15 de setembro de 2010

24 anos depois acusado da morte do padre Josimo é condenado em Imperatriz


Terminou agora a pouco o julgamento do fazendeiro Osvaldino Teodoro da Silva, (foto)acusado de ser um dos mandantes do assassinato do padre Josimo Tavares.

O fazendeiro Osvaldino havia sido julgado em março de 2004 e absolvido, mas a absolvição foi cancelada pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. No novo julgamento ele voltou a negar participação no crime.

Osvaldino e mais oito pessoas foram acusadas de contratar o pistoleiro Geraldo Rodrigues da Costa para matar o padre.

Josimo Tavares foi morto no dia 10 de maio de 1986 quando chegava em uma reunião da Comissão Pastoral da Terra. Na época, o crime ganhou repercussão internacional, e 24 anos depois a igreja e vários organismos ainda lutam por justiça. O padre é considerado um dos mártires da luta pela reforma agrária, uma luta muito parecida com a luta de Chico Mendes,no Acre e de irmã Doroth Stang, no Pará.

O assassino do padre Josimo Tavares foi condenado em 1988, mas fugiu da prisão e nunca mais foi visto. Dos mandantes do crime, 4 foram condenados, um morreu antes de ser levado ao banco dos réus, e 2 ainda estão em liberdade.

Para o Ministério Público, Osvaldino foi quem planejou o crime e ajudou a pagar o pistoleiro, tese sustentada durante todo julgamento desta quarta-feira,15.

Os argumentos da defesa de que não haviam provas contra o fazendeiros não foram suficientes para convencer os jurados.

O julgamento que durou 10 horas foi acompanhado por lideres sindicais, religiosos e entidades de defesa dos direitos humanos. Durante todo tempo Osvaldino ficou de cabeça baixa e levantou-se apenas para ouvir a setença: Ele foi condenado a 16 anos e 06 meses de prisão a serem cumpridos na penitenciária de pedrinhas em São Luis, mas vai recorrer da setença em liberdade.