9 de fevereiro de 2008

CUT inicia campanha pela redução da jornada de trabalho

Fonte: Adital
Na próxima segunda-feira (11), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza, em São Paulo, um ato pela redução da jornada de trabalho, sem diminuição dos salários. Militantes de entidades de trabalhadores estarão às 10h da manhã na praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, recolhendo assinaturas para o abaixo-assinado de apoio à emenda constitucional 393/01.
Com carros de som e panfletagem, eles vão mobilizar os passantes, para aderirem à campanha. Embora reúna inicialmente só as centrais trabalhistas, o objetivo dos organizadores da campanha é que todos os atores sociais se envolvam. "A redução da jornada será uma mudança significativa, que enfrentará forte oposição. Por isso a necessidade de uma frente de luta ampla", disse Artur Henrique, presidente da CUT.

Para Rosane Silva, secretária de Política Sindical da CUT, "A redução da jornada sem redução de salários é um importante instrumento para a criação de empregos, para a distribuição de renda e melhoria das condições de vida do povo brasileiro".

A Central espera recolher pelo menos 1 milhão de assinaturas para o abaixo-assinado, que é, no momento, a prioridade da campanha. Qualquer pessoa pode participar da mobilização pelas assinaturas. Para isso, basta baixar o arquivo do abaixo-assinado, que está disponível no portal da CUT (http://www.cut.org.br/).

Mas outras atividades também estão programadas em diferentes regiões. No dia 13 de fevereiro, a campanha pela redução da jornada vai se juntar a uma mobilização, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para a entrega das Convenções 151 e 158 para ratificação. No dia 8 de março, dia Internacional da Mulher, as manifestações irão intensificar a coleta de assinaturas.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução de quatro horas semanais - de 44 para 40 horas - teria o impacto potencial de gerar em torno de 2.252.600 novos postos de trabalho no país.

Desses, cerca de 1,3 milhão de empregos seriam só nas áreas de comércio e serviços, sendo 764.834 novas vagas nos serviços e 602.788 novos empregos no comércio. Serviço e comércio foram as áreas que mais crescem no país em 2007 - com mais de 1 milhão de novos postos de trabalho - e as que têm maior jornada de trabalho e com mais alto nível de exploração.

No entanto, o Dieese alerta que "para potencializar a geração de novos postos de trabalho, a redução da Jornada de Trabalho deve vir acompanhada de medidas como o fim das horas extras e uma nova regulamentação do banco de horas". Pois apesar do alto número de desempregados, o que se vê nos últimos anos é um grande número de pessoas realizando horas extras. Segundo a CUT, isso causa diversos problemas relacionados à saúde como estresse, depressão, lesões por esforço repetitivo.

A economia brasileira hoje apresenta condições favoráveis para essa redução, pois a produtividade do trabalho mais que dobrou nos anos 90 e o custo com salários é baixo. "Os rendimentos, que sofreram forte redução na década de 90, apresentam apenas uma recuperação tímida nos últimos anos. No caso das mulheres e dos jovens, a situação é mais grave ainda, pois as taxas de desemprego para estes grupos são bem superiores à média em todas as regiões pesquisadas", disse a Central.
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