26 de abril de 2007

Sem acordo com povos indígenas clima fica tenso em Estreito

Sem que um acordo tenha sido fechado em Brasília lideranças indígenas retornam na tarde de hoje, 26 ao acampamento em Estreito no Maranhão onde estão em fase inicial as obras da hidrelétrica, resultado do maior investimento privado do setor do Brasil.
No acampamento estão trabalhadores rurais de assentamentos do MST que serão inundados, além de índios e representantes de instituições como Comissão Pastoral da Terra, sindicatos e associações que não concordam com a construção da hidrelétrica.
Depois de interditarem a BR 010 e de fazerem inúmeras manifestações nos últimos dias, os índios foram a Brasília tentar um acordo com a Funai e o Ministério das Minas e Energia. Os povos indígenas que há anos queriam a ampliação das reservas dos Apinajé e Krahô agora denunciam que a obra vai inundar grande parte de suas terras, pelos menos 12 aldeias serão prejudicadas.
Com base nos argumentos do Conselho Indigenista Missionário – Cimi a Justiça Federal concedeu liminar suspendendo as obras da hidrelétrica.
Outra decisão da Justiça, agora em desfavor dos manifestantes pode agravar a situação. Uma ordem de despejo deverá ser cumprida nas próximas horas. Lideranças do movimento antibarragem prometem resistir.
Ainda hoje acontece no acampamento uma grande reunião, já com a presença dos índios que foram a Brasília. Esta reunião definirá os próximos passos da manifestação. Uma liderança do MST que preferiu não se identificar, alertou para o risco de que os índios tomem uma decisão mais radical do que interditar a BR 010.
O secretário de Desenvolvimento do Sul do Maranhão, Fernando Antunes determinou que a equipe do governo do Estado em Imperatriz fique em alerta. Ele quer evitar confrontos e destaca a necessidade de negociações.

Josafá Ramalho
DRT: 995/MA
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