24 de maio de 2008

Insegurança alimentar agrava os efeitos da epidemia de HIV

Fonte Adital:
A crise alimentar, que afeta especialmente os países subdesenvolvidos, irá afetar diretamente as pessoas que vivem com HIV/Aids. Segundo um relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Onusida), "a falta de segurança na alimentação e uma nutrição deficiente agravam os efeitos da epidemia de HIV".
A má nutrição pode acelerar a propagação de doenças relacionadas com a Aids, enquanto que o HIV dificulta que as pessoas soropositivas possam trabalhar para conseguir alimentos para si mesmas e suas famílias. Atualmente, mais de 33 milhões de pessoas vivem com HIV/Aids no mundo, quase 70% delas na África.

Apesar de os índices da doença apresentarem alguma estabilidade, e de mostrarem redução nos novos casos da infecção, os governos precisam ter plena atuação para conter a epidemia. Para que os Estados possam alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de reduzir, até 2015, a propagação do HIV, eles devem promover políticas de proteção às pessoas que vivem com HIV da fome.

É fundamental uma nutrição adequada para se obter o máximo benefício da terapia anti-retroviral (ART), pois ela aumenta o apetite. Assim, se os medicamentos são acompanhados de alimentação adequada, é possível reduzir os efeitos colaterais e, consequentemente, ajudar as pessoas a dar continuidade ao tratamento.

Para o diretor do Centro de Investigação sobre a Aids da Cruz Vermelha tailandesa, Praphan Phanuphak, "os países (deveriam) reservar uma porcentagem do orçamento destinado ao tratamento anti-retroviral para intervenções nutricionais e oferecer aos pacientes recursos que lhes permitam adquirir alimentos para si mesmos e suas famílias, pois durante a fase inicial do tratamento eles podem não encontrar força suficiente para trabalhar".

O diretor da Cruz Vermelha acrescentou, que, para as famílias e as comunidades que enfrentam o HIV, lutar contra o estigma e a discriminação também ajudará as pessoas soropositivas a encontrar e a manter um emprego e, portanto, a satisfazer suas necessidades nutricionais.

Além agravar os efeitos da doença nas pessoas que vivem com HIV, a insegurança alimentar limita as oportunidades de entrada no mundo do trabalho ou o acesso à educação. Assim, muitas vezes, força as mulheres, a adotar comportamentos que as expõe a um maior risco de infecção pelo HIV, como oferecer serviços sexuais em troca de alimento ou dinheiro. Já mães, que vivem com HIV, precisam também de água limpa e derivados do leite materno para reduzir as possibilidades de transmitir o HIV a seus filhos.


Números

A África é o continente com mais pessoas vivendo com HIV - 22,5 milhões -, só no ano passado, 1,7 milhões de pessoas foram infectadas. Mas há um ponto positivo: o número de novas infecções é menor que o registrado no ano anterior. Os números apresentados.

Enquanto os números na África melhoram, na Europa Oriental e na Ásia Central eles pioram. Houve um aumento de 150% na taxa de pessoas com HIV e ambas regiões desde 2001.
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