1 de outubro de 2008

Relatório analisa indicadores mais relevantes sobre crescimento macroeconômico

Fonte - Adital
Mesmo que os países da região latino-americana e caribenha cresçam em questões macroeconômicas, a situação dos pobres e excluídos é cada vez mais dramática. Essa foi a conclusão de um relatório elaborado pelo economista Humberto Ortiz, da Comissão Episcopal de Ação Social (CEAS- Peru), membro do Departamento Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e do Observatório Pastoral. O documento apresenta as variáveis e os indicadores mais relevantes dessa situação.
O relatório ressalta que pelo terceiro ano consecutivo o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe cresceu. Dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) revelam que o PIB da América Latina aumentou 5,6%, em 2007; o desemprego diminuiu pouco acima de meio ponto percentual (0,6%); e a inflação aumentou no período. Dentre os países com o PIB mais elevado em 2007, encontram-se: Panamá (9,5%), Argentina (8,6%), Venezuela (8,5%), Peru (8,2%) Uruguai (7,5%), y Colômbia (7%).


Ainda de acordo com a Cepal, a maioria dos países da região registrou taxas elevadas de crescimento baseadas principalmente na demanda interna, na qual se destacou o aumento do consumo privado e da formação bruta de capital. A sub-região que mais cresceu foi o Cone Sul, seguido da Comunidade Andina, do Caribe e finalmente México-América Central.

Sobre os Investimentos Externos Diretos (IED) na América Latina e no Caribe, o informe revela que chegou a cifra de 105,925 milhões de dólares, representando um volume sem precedentes na região e um crescimento de 46% em relação ao ano anterior. Esse aumento foi registrado principalmente na América do Sul, embora os investimentos no México e na Bacia do Caribe também tenham aumentado consideravelmente.

"Em 2007, os principias investidores na América Latina foram os Estados Unidos, Países Baixos e a Espanha. Ainda que em geral essa situação não se tenha modificado em mais do que uma década, registram-se notáveis mudanças na composição dos investidores de segundo nível, o que trouxe também um pequeno aumento do investimento intra-regional", afirma o relatório.

Outra questão abordada pelo relatório diz respeito à participação das empresas transnacionais. Houve uma redução relativa da importância dessas empresas nas exportações. De 2005 a 2006, a redução foi de 27% para 18%. No entanto, as empresas estrangeiras estão controlando os bancos e os Fundos Privados de Pensões. No México e na Argentina, elas controlam, respectivamente 76,5% e 54,5% dos ativos totais dos bancos.

Em relação ao gasto social, o relatório afirma que está sendo progressivo desde o ponto de vista da equidade em países como Argentina, Uruguai, Chile e regressivo em países como Equador, Peru, Bolívia: "Nota-se que as diferenças de gasto social estão associadas ao nível de renda per capita, a distribuição da riqueza, a qualidade institucional e os objetivos do gasto social. Há, pois, um processo lento e heterogêneo em relação à progressividade do gasto em educação e saúde. Observa-se regressividade na seguridade social".

De acordo com o relatório, diante de um cenário de protagonismo de investimentos transnacionais, mudanças nas condições do comércio internacional assim como os desafios da integração, questões sociais, como a das migrações, os Estados da região vêm respondendo com políticas públicas, porém não está claro o alindamento entre as políticas econômicas e as políticas.
Comentários
0 Comentários